A Jovem Escola
A escola de hoje precisa ter atenção aos movimentos de poder que rondam sua vocação. O ENEM e o novo modelo de produção de informação da internet podem deixar a escola ainda menos dona do currículo que escolhe para seus alunos.
Como previsto pelos professores de mais visão, o ENEM ia dar um imenso poder aos seus gestores no que diz respeito ao formato do ensino médio. Conforme nosso modelo mercantilista de escola, os pais que não tiverem o futuro de seu filho garantido em termos de recursos, terão sempre em mente um pensamento FUNCIONALISTA em relação à escola. Ela vai mercantilizar seu filho, torna-lo competitivo, etc. Como o vestibular acabou se tornando um intermediário obrigatório para esse "sonho", então as escolas passaram a ter que se adequar a ele, e não mais à indústria somente, como aconteceu com os cursos técnicos e com as escola particulares de periferia.
Como previsto pelos professores de mais visão, o ENEM ia dar um imenso poder aos seus gestores no que diz respeito ao formato do ensino médio. Conforme nosso modelo mercantilista de escola, os pais que não tiverem o futuro de seu filho garantido em termos de recursos, terão sempre em mente um pensamento FUNCIONALISTA em relação à escola. Ela vai mercantilizar seu filho, torna-lo competitivo, etc. Como o vestibular acabou se tornando um intermediário obrigatório para esse "sonho", então as escolas passaram a ter que se adequar a ele, e não mais à indústria somente, como aconteceu com os cursos técnicos e com as escola particulares de periferia.
Nesse panorama, o ENEM pode ter falhas agora, mas ele tem o PODER, e isso é uma conquista, pode-se dizer, inédita.
Interessante uma ideia sobre os Jovens professores: num mundo em que a experiência e o repertório eram tudo, abre-se um espaço para observar o que os jovens professores têm a dizer sobre o ensino no tempo deles:
"O papel do professor neste momento é escolher as melhores metodologias e ferramentas, incluindo as digitais, para alcançar os objetivos da educação do século 21. Os jovens professores, que estão chegando ao mercado de trabalho, têm um entendimento mais claro sobre quais caminhos devem ser seguidos, além de dominarem com desenvoltura as estratégias tecnológicas, atingindo assim as novas gerações porque as faculdades também entenderam a necessidade de reformular os cursos de licenciatura."
Juarez Dayrell**
Outro conceito interessante é o de Educação 3.0. Só os jovens entenderiam realmente a importância e o poder de dar-lhes um protagonismo nessa história que é sua educação. Há uns anos, surgiu um conceito de internet chamado WEB 2.0, que era aquele em que os PRÓPRIOS USUÁRIOS alimentavam o site. Exemplo disso era o Orkut, Youtube, Facebook, Twitter, etc. Todos esses sites/serviços são geniais, mas não contém nada de intrinsecamente SEU. Carecem do usuário para dar significado e fazer adaptações ao seu contexto. É o usuário que posta o vídeo no Youtube e o leva ao sucesso; é o usuário que faz o post polêmico no face e que famigera.
Do mesmo modo, na educação de hoje, não é o professor quem necessariamente tem mais informação acumulada ou mais acesso a ela. Os alunos também possuem internet e meios de se apropriar do conhecimento, e isso muda tudo nas relações e nos papéis sociais da escola e do professor.
**Doutor em Educação e professor adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).