INTRODUÇÃO. Para preparar melhor os alunos para a entrada na Física e Química do ensino médio, o Colégio Magnum fez uma aposta e um investimento. Toda terça cada turma é dividida em dois grupos menores e, enquanto um vivência experiências no laboratório, outro desenvolve um trabalho chamado “Mesa Redonda”.
RESUMO. Inspirado no modelo de “Ensino por Tutorial”, o “Mesa Redonda” é uma aula-desafio em que grupos de quatro ou cinco alunos recebem um roteiro de atividades em cima de uma matéria ou conceito que nunca viram, mas para a qual foram preparados através de textos ou conceitos abertos discutidos anteriormente. O objetivo é desenvolver a autonomia do aluno, que vai acabar construindo em grupo o conceito e operando com ele em um horário.
A culminância do “Mesa Redonda” dessa semana foi a resolução de questões de vestibulares de universidades federais do Brasil sobre cinemática e referencial feita pelos grupos antes mesmo de o professor fazer o primeiro exercício no quadro. Os meninos desenvolveram sua própria estratégica para a solução dos problemas usando lógica, e a atividade foi um sucesso. Nossos meninos tem um grande potencial.
COMENTÁRIO. É interessante ver como os meninos se saem bem quando lhes são dados tempo e autonomia para resolver questões propostas em caráter de desafio. A palavra “desafio” tem um poder fantástico de quebrar o “paradigma do acerto”. O aluno não se prende à necessidade de acertar e perde o medo de tentar. As questões de referencial propostas, embora triviais para um aluno de ensino médio que estudou cinemática, apresentam grande novidade ao aluno de Nono ano, mas nem isso os intimidou.
OBSERVAÇÃO. Existe uma queixa muito comum entre os professores das escolas tradicionais que é a de que os alunos são sempre muito dependentes de ver o professor resolvendo um problema para repetir os passos, ao invés de tentar, ele mesmo, um caminho próprio. Embora estejam conscientes disso, os professores, de modo geral, encontram dificuldades em mudar esse paradigma por que o calendário apertado os obriga a traçar estratégias de otimização do tempo de sala de aula. É claro que ensinar uma solução diretamente torna mais rápida a conquista daquela “habilidade” para a data da prova, e certamente amplia a quantidade de conteúdo que se pode abordar em um mesmo tempo. A questão que o “Mesa Redonda” propõe é: será que a qualidade de um aprendizado nos moldes citados acima se compara, em eficiência, à construção do conhecimento feita pelo próprio aluno?